sexta-feira, 6 de maio de 2011

Confissões e lamentos de um saco plástico


Eu estava bem na minha quando me utilizaram. Colocaram os produtos do mercado dentro de mim e eu desempenhei meu papel perfeitamente bem! Não arrebentei, não machuquei, nada!

Eis que resolveram me jogar no chão num dia de vento fortíssimo.

Voei por aí e rolei no pelo chão, sem rumo algum.

O tempo fechou, veio a chuva e saiu me carregando junto com ela. Primeiro me prendeu ao chão e foi me levando para onde ela bem queria.

Até que ela resolveu me deixar num bueiro qualquer, e lá acabei encontrando muitos amigos com histórias bem parecidas com a minha!

Nós tomamos conta do bueiro e dificultamos a chuva de entrar nele. Mas a culpa não foi nossa! Éramos tantos uns em cima dos outros, que não conseguíamos sair daquele bueiro e deixar a água da chuva entrar lá.

Resultado: tantos outros saquinhos sofreram igual a mim em milhares de bueiros pelo Brasil. Atrapalharam a chuva de seguir o seu curso e a água dela foi enchendo as ruas, criando quase que um mar de água de chuva.

Muitas pessoas devem ter contraído doenças, perdido alguns móveis dentro de casa, pois a enchente tornou-se gigante!

Eu, um simples saquinho, criei um estrago que nem sabia que poderia criar. Vi que faço a diferença, mesmo parecendo que não.

Mas eu não queria nada disso! Eu aceitaria numa boa ser jogado na lixeira corretamente e não causar dano nenhum à população.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Tento sair da monotonia destas palavras, mas simplesmente falta português para descrever o que sinto por ti. É a vontade de ser a tua força quando estiveres fraco e ao mesmo tempo a necessidade de ser o teu ponto fraco quando a auto-estima estiver ultrapassando todos os limites.

Poderia descrever este sentimento como uma antítese sem culpa alguma. Qualidades e defeitos, beijos e tapas, declarações de amor francas e xingamentos. Nada mais é do que as duas coisas ao mesmo tempo, completando-se. Representando a mais profunda concepção de casal.

Sim, porque tolo é quem pensa que casal bom é aquele que não briga. Casal que não briga, não sente ciúmes, perfeitinhos demais, são superficiais.

Quando existe sentimento puro e verdadeiro, os defeitos são notórios. Mas os defeitos é que dão um quê de perfeição ao que se chama de amor, nosso amor.

Apresentar-nos foi missão do destino, mas o resto é por nossa conta.

Sorte a do destino que ficou com a parte mais fácil desta história toda. Sorte a dele que não precisará passar noites em claro fartos de preocupação, que não vai escutar coisas desgradáveis e nem chorar quando for magoado. Mas azar o dele que não ganhará os teus beijos nem os teus abraços. Azar sim, ele não escutará as juras de amor, nem fará os planos para o futuro, nem irá ao céu quando ouvir uma declaração de amor tua. Poderia dizer inúmeros motivos pelo qual o destino é azarado por não te ter. Aliás, não só o destino, mas o resto do mundo também. Visto que a única pessoa que têm você sou eu. Só eu. Só meu.

Poderia me desculpar pelas ofensas, pelas coisas ruins. Mas acho que os defeitos de um prédio muitas vezes o torna forte e duradouro e, sendo assim, por quê eu iria querer tirar os nossos defeitos? Não dá para saber se um deles fortalece tudo isto que chamamos – com tanta certeza – de amor.

Não sei dizer ao certo qual é o segredo do nosso sucesso. Não diria se soubesse também. Cada um vive, escolhe viver do jeito que quiser e assim também deve ser com os amores. Cada um por si. Ou melhor, cada casal por eles.

Cuidarei de nós, cuidarei de você, isto eu garanto.

O nosso segredo fica guardado entre nós, como tantas outras coisas.

sábado, 26 de março de 2011

E eu me pergunto: onde foram parar os príncipes encantados? Onde foi parar a poesia? O romantismo? As flores? As serenatas de amor?

De quem é a culpa? Dos homens?

Não concordo.

Na minha opinião, a culpa, em grande parte, é das mulheres. Essas, que não sabem se valorizar, não mais. Essas, que dão em cima descaradamente de um homem comprometido. Essas, que não fazem a menor questão de mostrar suas qualidades internas, gostam de mostrar o tempo todo o quanto tem a oferecer, mas por fora.

Mulheres que viraram objeto. Sim, a palavra é essa mesma, objeto! E digo mais: descartável. Ou, talvez, reutilizável.

Não fazem mais questão de serem amadas. Estão satisfeitas apenas com serem desejadas.

O respeito não é mais importante, elas não fazem questão. Romantismo? Para quê? O negócio é ser desejada por todos. Desejada, bem diferente de amada, repito.

Hipocrisia dizer que os homens não prestam, quando na verdade, quem deixou tudo isso acontecer foram as próprias mulheres. Permitiram que o romantismo acabasse, que o respeito acabasse. Jogaram e pisotearam a própria auto-estima, ficaram satisfeitas com pouco.

Não idealizam mais o “cara perfeito”, e quando idealizam, ele tem mais músculos do que cérebro. Ele, na maioria das vezes, é um troglodita, grosso. Mas se for bonitinho, já está bom para elas.

Diante de toda esta situação, minha indignação chega ao seu ápice quando aquela mulher vulgar, de roupas vulgares e linguajar inadequado diz que não consegue encontrar o homem perfeito, o príncipe encantado. Talvez ele já tenha passado diversas vezes ao seu lado, ou até mesmo tenha olhado para você com uma ponta de paixão ou interesse. Mas você estava ocupada demais olhando para os caras musculosos que te tratavam como um objeto, os lobos disfarçados de príncipes.

Uma Mulher Chamada Guitarra

Uma Mulher Chamada Guitarra

Vinicius de Moraes


Um dia, casualmente, eu disse a um amigo que a guitarra, ou violão, era "a música em forma de mulher". A frase o encantou e ele a andou espalhando como se ela constituísse o que os franceses chamam um mot d'esprit. Pesa-me ponderar que ela não quer ser nada disso; é, melhor, a pura verdade dos fatos.


0 violão é não só a música (com todas as suas possibilidades orquestrais latentes) em forma de mulher, como, de todos os instrumentos musicais que se inspiram na forma feminina — viola, violino, bandolim, violoncelo, contrabaixo — o único que representa a mulher ideal: nem grande, nem pequena; de pescoço alongado, ombros redondos e suaves, cintura fina e ancas plenas; cultivada, mas sem jactância; relutante em exibir-se, a não ser pela mão daquele a quem ama; atenta e obediente ao seu amado, mas sem perda de caráter e dignidade; e, na intimidade, terna, sábia e apaixonada. Há mulheres-violino, mulheres-violoncelo e até mulheres-contrabaixo.

Mas como recusam-se a estabelecer aquela íntima relação que o violão oferece; como negam-se a se deixar cantar, preferindo tornar-se objeto de solos ou partes orquestrais; como respondem mal ao contato dos dedos para se deixar vibrar, em benefício de agentes excitantes como arcos e palhetas, serão sempre preteridas, no final, pelas mulheres-violão, que um homem pode, sempre que quer, ter carinhosamente em seus braços e com ela passar horas de maravilhoso isolamento, sem necessidade, seja de tê-la em posições pouco cristãs, como acontece com os violoncelos, seja de estar obrigatoriamente de pé diante delas, como se dá com os contrabaixos.

Mesmo uma mulher-bandolim (vale dizer: um bandolim), se não encontrar um Jacob pela frente, está roubada. Sua voz é por demais estrídula para que se a suporte além de meia hora. E é nisso que a guitarra, ou violão (vale dizer: a mulher-violão), leva todas as vantagens. Nas mãos de um Segovia, de um Barrios, de um Sanz de la Mazza, de um Bonfá, de um Baden Powell, pode brilhar tão bem em sociedade quanto um violino nas mãos de um Oistrakh ou um violoncelo nas mãos de um Casals. Enquanto que aqueles instrumentos dificilmente poderão atingir a pungência ou a bossa peculiares que um violão pode ter, quer tocado canhestramente por um Jayme Ovalle ou um Manuel Bandeira, quer "passado na cara" por um João Gilberto ou mesmo o crioulo Zé-com-Fome, da Favela do Esqueleto.

Divino, delicioso instrumento que se casa tão bem com o amor e tudo o que, nos instantes mais belos da natureza, induz ao maravilhoso abandono! E não é à toa que um dos seus mais antigos ascendentes se chama viola d'amore, como a prenunciar o doce fenômeno de tantos corações diariamente feridos pelo melodioso acento de suas cordas... Até na maneira de ser tocado — contra o peito — lembra a mulher que se aninha nos braços do seu amado e, sem dizer-lhe nada, parece suplicar com beijos e carinhos que ele a tome toda, faça-a vibrar no mais fundo de si mesma, e a ame acima de tudo, pois do contrário ela não poderá ser nunca totalmente sua.

Ponha-se num céu alto uma Lua tranqüila. Pede ela um contrabaixo? Nunca! Um violoncelo? Talvez, mas só se por trás dele houvesse um Casals. Um bandolim? Nem por sombra! Um bandolim, com seus tremolos, lhe perturbaria o luminoso êxtase. E o que pede então (direis) uma Lua tranqüila num céu alto? E eu vos responderei; um violão. Pois dentre os instrumentos musicais criados pela mão do homem, só o violão é capaz de ouvir e de entender a Lua.


(trecho do livro Para Viver Um Grande Amor)

quinta-feira, 10 de março de 2011

E qual é o problema em ser incomum?

Sabe, se tem algo que me irrita é alguém vir falar que eu sou chata por não gostar de certas coisas que os outros gostam.

Ouvi isso diversas vezes nesse carnaval, todos falavam que eu era muito chata por não querer sair de casa. É aquela história do “ah, todo mundo gosta, você tem que gostar também!”. Mas peraí, eu não posso ser diferente, então? Só porque todo mundo gosta, eu sou obrigada a gostar?

Não acho que funcione assim.

Sempre defendi a ideia de que a gente deve fazer o que gosta, o que nos faz bem. Desde a cor que vamos pintar o nosso desenho no jardim de infância, até qual profissão iremos seguir.

Fico realmente frustrada quando alguém vem com esse papo de que eu sou diferente, como se isso fosse super ruim.

Hoje em dia, tem gente até lutando para ser diferente, olha só! Parece que “ser diferente” virou um certo tipo de moda.

Por isso que eu digo, não sou diferente. Sou incomum. Sou eu, apesar de tudo, acima de tudo. E quem não estiver de acordo, se retire do local, e nem pense em vir me julgar!

Eu gosto do que eu tiver que gostar e ponto final. Não tem essa de todo mundo gosta, ou ser diferente.

O melhor que eu posso fazer da minha vida, é ser quem eu sou. E isso eu descubro com o passar dos dias.

Qual é o problema se eu gosto de rock antigo e tenho um piercing no umbigo? E o que que tem eu gostar de metal e usar saia rosa de babado? Me deixem!

O meu estilo de ser está mais relacionado ao meu bem estar do que ao tipo de músicas que eu gosto. Não me sinto obrigada a usar roupas rasgadas, preto e correntes só porque eu gosto de rock. Tampouco me sinto obrigada a usar roupas coloridas porque todo mundo está usando.

Esse tipo de estilo para mim, é só um estereótipo social.

A melhor parte de ser quem você é, e o que acontece comigo com frequência. As pessoas me julgam pela aparência, e depois descobrem que estavam completamente erradas. E eu adoro isso! Sim, porque eu adoro que os outros me julguem bastante e depois se arrependam de terem o feito.

Acho que se hoje em dia as pessoas soubessem ser elas mesmas, iríamos ter menos porcarias por aí.

Porque né... Eu não confio muito em uma pessoa que está satisfeita com a “cultura” da nossa geração.

Eu não preciso ser igual.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tantas vezes a gente se depara com coisas retrógradas no nosso caminho, e o pior é que a gente acaba aceitando isso, aceitando coisas que nos fazem andar para trás.
É aquela história: não adianta dar um passo para frente e três para trás, desse jeito podemos até chegar em algum lugar, mas vamos demorar tempo demais sem necessidade.
O que precisamos na maioria das vezes é coragem para dizer NÃO ao que nos atrasa. E essa coragem é a parte mais difícil de conseguir.
Acontece que chega uma hora que a gente simplesmente cansa de andar para trás, para os lados, para qualquer ângulo, menos para frente.
Então ficamos empanzinados de tanta porcaria e acabamos tomando coragem para dizer um grande e sonoro "vai tomar no cu" para tudo aquilo que está nos estagnando ou nos atrasando.
E quando isso acontece, quando você se vê livre de tudo de ruim, você sente uma paz e fica se perguntando o porquê de não ter feito isso antes.
Mas se você é meio indeciso como eu, não adianta querer forçar. Eu cansei, tentei, me desesperei. Mas a minha hora chegou, e eu simplesmente desisti.
Porque mesmo que a palavra "desistir" tenha um peso enorme, desistir de alguma coisa nem sempre é ruim.
Você só precisa saber se vai desistir do que está acostumado, mas não te faz bem, ou se vai ignorar (e desistir sem tentar) aquilo que pode mudar a sua vida de uma vez por todas.

E como disse o grande Caio Fernando Abreu: "Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Fui ser feliz e não volto!"

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Eu só queria saber por que nós, o futuro do país, somos tratados de um jeito desanimador.

Quem estuda na rede estadual (me refiro ao Rio de Janeiro, mas acredito que muitos outros estados passem pela mesma situação) sabe o que eu estou falando. Se ocorre algum problema, somos empurrados de lá para cá, ninguém tem boa vontade em nos atender de um jeito digno e decente e ver qual é o nosso problema, tentar resolvê-lo. E o mais cômico de tudo é que eles ganham um salário para isso.

Sinceramente, do jeito que esse governo não está nem aí para a educação, não me admira que o Rio, um dos “maiores” e mais “importantes” em vários fatores no Brasil está a frente somente do Piauí em educação.

Desanima estudar nesse lugar, somos tratados como qualquer coisa. As pessoas não tem motivação para ir à escola. Somos tratados como animais desde o motorista do ônibus até a diretora da escola.

Colocar ar-condicionado, reformar a escola e dar cartões novos não quer dizer nada para mim.

Não reclamo dos meus professores, todos são ótimos e tem o seu crédito devidamente debitado. Mas, reclamo é da administração das escolas, das pessoas que são diretamente ligadas com o governo.

E o mais engraçado é que todas as escolas públicas que eu estudei são assim!

É desesperador saber que quase nada que é público é de qualidade.

Por isso é que eu tenho tanta vontade de sair daqui do Rio. Não aguento mais esse descaso todo e eu não poder fazer nada. Minhas reclamações entram em um ouvido e saem no outro.

Como vocês esperam que nós sejamos o futuro do estado, do país, seja lá do que for, se somos tratados desse jeito? Somos seres humanos como vocês, morreremos do mesmo jeito e iremos para o mesmo lugar. Somos todos iguais independente de classe social, idade ou qualquer outra coisa. Temos os mesmos direitos. Não somos piores só porque não temos condições de pagar mensalidade em um colégio. Então parem de tratar-nos como se fôssemos qualquer coisa.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sabe quando você se sente diferente das pessoas a sua volta e ninguém te entende?

Eles falam sobre o capítulo da novela de ontem, e você fala dos problemas políticos no Brasil.

Eles ouvem Cine, você ouve Engenheiros do Hawaii.

Ninguém quer compartilhar o fone com você, ninguém quer falar sobre o assunto.

Você se sente estranho, mas na verdade, quem é estraho aqui?

Se ir contra as modinhas e futilidades que a mídia empurra para a nossa cabeça é ser estranho, prazer, sou a estranheza em pessoa!

Me recuso a aceitar essas coisas que só vão alienar o meu cérebro.

Me recuso a falar sobre assuntos que não dizem respeito ao meu futuro, ao meu bem estar. Me recuso a falar sobre assuntos que vão me deixar cada vez mais animal.

Se todos os adolescentes de hoje fizessem pelo menos um pouco disso, hoje as bandas se inspirariam no Cazuza, Legião e em outros mestres da MPB, e não tem bandinhas de meia hora dos EUA.

Só quero saber até quando essa alienação vai continuar.

Sabe? Acordar para a vida é bom, eu recomendo.



sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Quando um relacionamento acaba, as promessas que ficam vão para onde?

Algumas delas não precisam acabar. Precisam apenas serem alteradas. Quando eu disse que eu ia te amar para sempre, isso é uma promessa que não vai acabar. Vai ser alterada. Eu espero que um dia eu consiga te esquecer no quesito paixão. Mas não preciso deixar de te amar, de te querer bem. Já que te odiar eu já sei que não tenho vocação. Porque mesmo quando eu estava no nível mais alto de mágoas eu não consegui te desejar morte. Eu só queria que você tivesse experiências que fizessem você aprender o que é bom ou o que é ruim para você. Mas, não me pergunte como, meu coração conseguiu perdoar. Veja bem, perdoar é diferente de esquecer. Esquecimento é uma função do tempo. O tempo é um amigo que a gente sente raiva às vezes... Porque ele age do jeito que ele quer. Ele não aceita pressões, nem súplicas. Nem mesmo quando você implora ele age do jeito que você quer. É meio egoísta, mas ele sabe que só assim a gente aprende.

Quando um relacionamento acaba e o amor ainda fica, acho que todo mundo sai machucado. E quando existe amor dos dois lados? Aí ferrou de vez. Porque a não ser que você seja um completo egoísta, você pensa duas vezes antes de fazer algo que magoe o outro. Esta relação de respeito é a prova mais pura de amor-pós-relacionamento.

Por que esse sentimento é tão delicado? Tão difícil de ser compreendido.

É um exagero que só. Eu quase vomito quando você chega perto de mim. Meu estômago parece que foi tomado por centenas de borboletinhas perdidas, voando para todos os lados. E a minha incapacidade de te olhar nos olhos me aflinge. Na verdade, eu tenho medo de você também estar olhando nos meus olhos, e os nossos olhos se encontrarem e você conseguir ler tudo o que se passa por trás desses olhos molhados com lágrimas. Um medo que não existia tempo atrás, quando o meu olhar só procurava o seu, e fazia dele uma moradia. Quando o achava, minha alma ficava mais calma, não importa o caos que estivesse em volta.

Falando em “em volta”, o tempo ainda pára quando você fala comigo. Eu fico surda, cega. Tudo em volta fica embaçado. Só consigo ver você, mesmo que eu não esteja olhando para você. É que na verdade, quando eu olho para você, tenho medo de os meus olhos não obedecerem e focarem na sua boca. E se eu não conseguir responder por mim? Melhor não arriscar.

Eu quero que você seja feliz. Queria que fosse do meu lado. Vou ficar frustrada se não for do meu lado. Mas ainda assim vou ficar feliz por você.

Eu acho que... só preciso conseguir te ver como um amigo, não mais como o amor da minha vida.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Hoje acordei com vontade de ser feliz.

Logo assim que levantei, joguei fora os meus medos e as lembranças ruins.

Coloquei a roupa que mais favoreceu a minha pele e a cor dos meus cabelos e fui para fora de casa. Fiquei feliz em ver que o céu estava muito azul, apenas manchado por leves nuvens alvíssimas.

Ouvi as músicas que me deixavam com um sorriso largo e bobo, sim, porque esses são os melhores e mais sinceros.

Procurei não pensar nas coisas ruins ao meu redor. Apenas deitei no chão com os braços envoltos da cabeça e olhei para o céu. Olhei para as nuvens. Vi tartarugas, cães, corações desenhados nelas.

O sol estava resplandescente como sempre! Seus raios me acolheram com afeição, dando um leve e gostoso calor à minha pele. Uma brisa passou despercebida e bagunçou os meus cabelos, e eu sorri.

Passei horas ali, que valiam por dias. Sim, porque as poucas horas em que passei ali, valeram por tantos dias em que passei remoída ao meu quarto, à minha cama, pensando no quanto as coisas estavam dando erradas e no quanto a minha vida estava estragada.

Mas hoje não... Hoje eu percebi que quem estraga a minha vida sou eu, e resolvi parar com isso.

Porque amanhã o dia pode não ser de sol, o tempo talvez não me permita olhar para o céu e ver as tartarugas, os cães e os coraçõeszinhos desenhados pelas nuvens. E a tristeza vai voltar a se alojar no meu coração por isto, e talvez não tenha volta.

Então, só por hoje, eu vou esquecer os meus amores que não deram certo, vou esquecer os meus problemas, mas não vou esquecer a minha vida. Porque esta quem controla sou eu, somente eu. Eu sei que eu sou mais forte do que todos os obstáculos, não é a toa que eu estou aqui hoje, não é mesmo?

Por isso eu vou terminar o meu dia hoje, olhando para as estrelas. Me inspirando nelas. Tão lindas, tão especiais, tão únicas. Me sentirei assim. E amanhã? Amanhã eu vejo como vou ser feliz de novo. Um dia de cada vez, é.